Fonte: Portal Fiocruz
Por Isabelle Resende / VPPCB-Fiocruz
Foto: Vitor Rangel/ Comunicação VPPCB
O Programa de Pesquisa Translacional (PPT), vinculado à Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB) da Fiocruz, realizou, entre os dias 1º e 3 de setembro de 2025, o XX Encontro Científico da Rede Fio-Schisto, no Palácio Itaboraí, unidade da Fiocruz, em Petrópolis, no Rio de Janeiro. Neste ano, representantes da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e do Ministério da Saúde participaram das discussões sobre os avanços e desafios no campo da pesquisa clínica, tratamento, farmacologia, diagnóstico e vigilância epidemiológica da esquistossomose no Brasil. Pesquisadores de diferentes estados brasileiros, incluindo os coordenadores da Rede Fio-Schisto da Fiocruz Bahia e da Fiocruz Minas, também participaram do encontro.
A vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas, Alda Cruz, que também esteve presente no evento, ressaltou o pioneirismo e a responsabilidade da Fiocruz na condução de pesquisas e ações sobre doenças negligenciadas no país, como a esquistossomose. Ela ainda destacou a importância do trabalho em rede para o desenvolvimento de ações voltadas ao Fórum Oswaldo Cruz. A iniciativa, que faz parte das celebrações pelos 125 anos da instituição, tem como objetivo final a formulação de um plano estratégico de pesquisa. As ações do Fórum, coordenado pela Presidência da Fiocruz, integram a pesquisa biomédica, as ciências sociais, a comunicação e outras áreas afins.
“Toda a organização científica que nós temos vão ser fundamentais também na formulação desse plano” destacou Alda Cruz.
Durante a abertura da reunião, o representante do Programa Nacional de Vigilância e Controle da Esquistossomose do Ministério da Saúde, Sérgio Andrade, destacou a importância de articular ciência e gestão pública para que a pesquisa não fique restrita ao campo acadêmico e seja incorporada de forma prática aos programas do Sistema Único de Saúde (SUS). Ele também reforçou o compromisso da pasta com a comunidade científica na formulação de estratégias para fortalecer os programas já implementados e na elaboração de políticas públicas mais efetivas para o enfrentamento da doença.
A programação do XX Encontro da Rede Fio-Schisto incluiu a apresentação de projetos desenvolvidos pelas unidades da Fiocruz, bem como discussões em torno da harmonização dos protocolos de pesquisa no campo da esquistossomose. Foram criados seis grupos de trabalho: 1) Tratamento e Manejo Clínico; 2) Teste de Novos Fármacos; 3) Diagnóstico; 4) Malacologia e Referência; 5) Ambiente; 6) Instrumentos de Coleta de Dados.
Também foi discutida a inclusão das geohelmintoses na Rede Fio-Schisto. O grupo decidiu aprofundar a discussão, inicialmente por um grupo de trabalho, que depois abrirá para uma discussão ampla com os demais integrantes da Rede. Será também realizado um mapeamento dos pesquisadores da Fiocruz que trabalham com estes agravos.
Por fim, o presidente do 17° Simpósio Internacional sobre Esquistossomose (ISS), Ricardo Riccio fez a prestação de contas do simpósio ocorrido em Salvador, em 2024. Em seguida o presidente do 18° ISS, Marcelo Pelajo, apresentou, para aprovação da plenária, os preceitos para o próximo simpósio, que foi aprovado por unanimidade. O 18° ISS será realizado na cidade do Rio de Janeiro, de 22 a 25 de novembro de 2026, com o tema: Perspectivas para a Esquistossomose na Saúde Global.